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Quilombos

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Quilombos são sociedades complexas, originalmente de característica agrícola, que foram formadas por ex-escravizados que buscavam independência em relação à exploração econômica e política feita pelos representantes dos regimes coloniais. Essas sociedades existiram em grande quantidade em todo o continente americano, marcadamente entre os séculos XVI e XIX. No caso brasileiro, o quilombo mais conhecido é o Quilombo dos Palmares, que teve o seu ápice no século XVII e foi suprimido violentamente em 1710. Somente em 1740 as instâncias de poder portuguesas instaladas no país definiram os quilombos como “toda a habitação de negros fugidos que passassem de cinco, em parte desprovida, ainda que não tenham ranchos levantados nem se achem pilões neles”. Em 1835, tais sociedades foram definidas pelo Código Penal brasileiro como sendo um reduto de foras da lei. A promulgação da Lei Euzébio de Queirós em 1850, que extinguia o tráfico de africanos, deu uma nova força à resistência dos quilombolas. Nesse contexto, cresce o número de quilombos em ambientes urbanos. Esses espaços passam a ser vistos em círculos progressistas como redutos de luta contra a injustiça social. Os quilombos continuaram a existir em diferentes configurações durante todo o século XX e, até hoje, têm como uma de suas principais bandeiras políticas a luta por terras. O quilombo como símbolo de resistência às desigualdades raciais é um dos temas mais recorrentes dos movimentos negros brasileiros, que partem da existência de remanescentes quilombolas para exigir do estado reparações nos âmbitos da propriedade agrária, da saúde e da educação.

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